Vai o viajante com três grandes objetivos para a sua saída. O primeiro não se deixar enredar por um domingo tedioso. O segundo encontrar ou repetir a experiência da surpresa, daquilo que conhece dos livros, mas onde o real é mais concreto, verdadeiro e marcante. Tem uma grande mania este viajante, a História, mesmo que esteja sempre metido nela ou com ela. Do terceiro objetivo esqueceu-se mas há-de lembrar-se.
Desilude-se o viajante com a paisagem até chegar ao seu destino. O que procura está numa área marcada por empresas, pequenas industrias, casas e edifícios que roçam o mau gosto, e a estrada, o barulho dos carros e da feira de artesanato e afins, que proliferam nos domingos soalheiros, com finalidades bem compreensíveis mas cujo o som da música ( lá nas alturas), tornam o cenário quase irritante. Para ajudar à desilusão as portas estavam fechadas. Diz o local que abre de segunda a sábado e fecha ao domingo, para descanso da funcionária. Analisa-se por fora, dá-se conta do desmazelo e do tanto que era necessário fazer. O sol aperta e a música ( lá nas alturas) convida a partir e procurar outro destino.
No caminho o viajante lamenta ser domingo, os condutores vão aos sssss, há uma multidão na beira da estrada a observar o resultado de alguém que veio aos sssss e capotou no meio de um campo. O viajante imagina os comentários vinha lançado na curva e vai ribanceira abaixo...podia ter ido desta pra melhor...o que vale estava sozinho. No mesmo caminho vê o viajante os cafés e esplanadas repletos de gente e barulho de domingo equivalente aos programas da tarde em que a música, mais que pimba, é rainha e os apresentadores iguais aos vendedores das roulotes que anunciam que por x preço leva não uma, não duas, não três mas n pares de meias e outros tantos de panos de cozinha.
Mesmo assim o viajante não se arrependeu da sua saída, segue destino não em busca do desconhecido, mas com a ideia que precisa de novas imagens daquele lugar...lá em cima.
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