Em 1810 é publicada uma nota no jornal francês L´Empire , de Paris em que surge o nome de Mariana como autora das já muito conhecidas Lettres Portuguaise, cinco cartas de amor dedicadas ao cavaleiro francês, Marquês de Chamily.
Mariana foi uma das religiosas de Santa Clara no convento da Conceição em Beja, onde entrou aos 11 anos e lá exerceu funções de porteira, escrivã e abadessa, e onde morreu aos 83 anos.
As cartas de amor são resultado da paixão sublime, não correspondida, pelo marquês que colaborou com os portugueses na Guerra da Restauração ( 1640-1668). Mariana que da janela do convento, assistia às manobras do exército ( 1667-68), deixou-se encantar pelo francês, que voltando à sua terra prometeu mandar busca-lá. Na sua espera, em vão, escreveu as referidas cartas que contam a sua história de amor não correspondido: de inicio a esperança, seguida de incerteza e , por fim, a convicção do abandono.
São vários os autores que contestam a sua veracidade e tantos outros que nela se inspiram.
Consagrei-te a vida desde que em ti descansaram meus olhos, e sinto prazer em sacrificar-ta. Mil vezes ao dia te procuram cansados suspiros e não trazem, os tristes, outro alívio a tantas tribulações do que o aviso cruamente sincero da minha desventura que não consente uma esperança e me repete a todos os instantes: deixa, deixa de consumir-te em vão, infeliz Mariana! Carta I
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