segunda-feira, 27 de abril de 2015

vai o viajante # 2


Vai o viajante montanha acima, já não se lembrava o quanto era íngreme e habitada ( até certo ponto) aquela encosta. Pensa no transporte alternativo para aquela subida. Quanto mais sobe, pela estrada, mais admirado fica com a paisagem. O verde a florescer nas árvores já compostas de folhas e entre elas as pedras, umas mais disformes que outras. O viajante relembra um filme em que as pedras têm vida (trols) que cantam, dançam e fazem magia, quando ninguém vê. Tem pena que a sua imaginação não o leve mais longe. Pensa mais no processo de erosão que transformou a paisagem. Apesar de não perceber nada de geologia, nem de falhas nas placas tectónicas que a certa altura, neste caso, há milhares de anos ergueu o chão ou partiu-o em grosseiros pedaços...Depois chegou o Homem e sabe o viajante a ligação que os homens têm com os montes de cada terra. Há que torná-los santos. Este não foi excepção. Ergueu-se um edifício, num gosto, que não agrada ao viajante. As imagens que alberga são de uma grandeza desproporcional. Como é domingo, o povo ocorreu ao monte, para assistir à missa ou para se refrescar com uma bebida ou um gelado vendidos em diversos pontos que o homem montou para rentabilizar o espaço. 
O viajante não resistiu ao gelado e quedou-se a apreciar a envolvência. Esperou um pouco e percebeu o quão silencioso poderia ficar o lugar ao domingo.
A viagem continua.

sábado, 25 de abril de 2015

25 de Abril

" OS DEFEITOS DA DEMOCRACIA, NUNCA SERÃO VIRTUDES NAS DITADURAS"

segunda-feira, 20 de abril de 2015

vai o viajante # 1


Vai o viajante com três grandes objetivos para a sua saída. O primeiro não se deixar enredar por um domingo tedioso. O segundo encontrar ou repetir a experiência da surpresa, daquilo que conhece dos livros, mas onde o real é mais concreto, verdadeiro e marcante. Tem uma grande mania este viajante, a História, mesmo que esteja sempre metido nela ou com ela.  Do terceiro objetivo esqueceu-se mas há-de lembrar-se.
Desilude-se o viajante com a paisagem até chegar ao seu destino. O que procura está numa área marcada por empresas, pequenas industrias, casas e edifícios que roçam o mau gosto, e a estrada, o barulho dos carros e da feira de artesanato e afins, que proliferam nos domingos soalheiros, com finalidades bem compreensíveis mas cujo o som da música ( lá nas alturas), tornam o cenário quase irritante. Para ajudar à desilusão as portas estavam fechadas. Diz o local que abre de segunda a sábado e fecha ao domingo, para descanso da funcionária. Analisa-se por fora, dá-se conta do desmazelo e do tanto que era necessário fazer. O sol aperta e a música ( lá nas alturas) convida a partir e procurar outro destino. 
No caminho o viajante lamenta ser domingo, os condutores vão aos sssss, há uma multidão na beira da estrada a observar o resultado de alguém que veio aos sssss e capotou no meio de um campo. O viajante imagina os comentários vinha lançado na curva e vai ribanceira abaixo...podia ter ido desta pra melhor...o que vale estava sozinho. No mesmo caminho vê o viajante os cafés e esplanadas repletos de gente e barulho de domingo equivalente aos programas da tarde em que a música, mais que pimba, é rainha e os apresentadores iguais aos vendedores das roulotes que anunciam que por x preço leva não uma, não duas, não três mas n pares de meias e outros tantos de panos de cozinha. 
Mesmo assim o viajante não se arrependeu da sua saída, segue destino não em busca do desconhecido, mas com a ideia que precisa de novas imagens daquele lugar...lá em cima.

domingo, 19 de abril de 2015

variedades

Não cheguei a tempo da Páscoa, mas interessa registar que se encontraram os elementos do costume, as celebrações culturais e religiosas, a cidade a fervilhar de gente ( demais) , a família, o Ressuscitou Aleluia, o sol primaveril e o pólen, e a banda que no fim do dia deu o seu espectáculo de variedades na porta da igreja com o medley do costume ou seja canta-se a Lisboa, a Viana e aos Santos Populares e muitos bis depois rebentou o foguetório e.. para o ano é que vai ser...só em merlin.