domingo, 25 de outubro de 2015

maravilhas perto de nós





“Declara já o viajante que este é um dos mais belos museus que conhece. Outros terão riqueza maior, espécies mais famosas, ornamentos de linhagem superior: o Museu de Alberto Sampaio tem um equilíbrio perfeito entre o que guarda e o envolvimento espacial e arquitectónico. Logo o claustro da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, pelo seu ar recolhido, pela irregularidade do traçado, dá ao visitante vontade de não sair dali, de examinar demoradamente os capitéis e os arcos, e como abundam as imagens rústicas ou sábias, todas belas, há grande risco de cair o visitante em teimosia e não arredar pé. O que vale é acenar-lhe o guia com outras formosuras lá dentro das salas, e realmente não faltam, tantas que seria necessário um livro para descrevê-las (…) Este museu merece todas as visitas, e o visitante faz jura de cá voltar de todas as vezes que em Guimarães estiver.”

Viagem a Portugal - José Saramago 

domingo, 11 de outubro de 2015

vai o viajante # 5



Entre as planícies plenas de vinha e oliveiras, e uma ou outra curva nas imensas rectas do Alentejo encontra o viajante Mértola. O Guadiana marca a sua presença e torna a paisagem ainda mais encantadora. A origem encontra-se no tempo dos fenícios, que ali criaram um importante porto comercial. O mesmo que, séculos mais tarde, pelas mãos dos romanos havia de chamar-se Myrtilis , depois chegaram os árabes e assim Mértola se manteve com um papel essencial nas rotas comerciais do Mediterrâneo. O rei conquistador não a tomou dos mouros, ficaria a função para D. Sancho II. Como conta a história, os conquistadores pertencentes a ordens  militares e religiosas desempenharam papel fulcral nas lutas da reconquista e assim em 1238, Mértola torna-se a primeira sede da ordem de Santiago. 
Nesta vila há vestígios de todas as épocas. O viajante impressionou-se com o castelo, com a igreja matriz (antiga mesquita), com as escavações que põe a descoberto o bairro islâmico, com o silêncio e profundidade do cemitério. O que lhe agradou mais é a mistura, é ver como as construções e a cultura de diferentes povos, resultaram num lugar singular. O viajante está agradado com a paisagem e com o tempo ameno, sem o calor abrasador que sempre marca as terras do Alentejo. Já sabe qual o próximo destino. A viagem continua.

domingo, 4 de outubro de 2015