terça-feira, 29 de maio de 2018

agora vai ser isto até ao fim da série



até sonhei que os meus sonhos
batiam certo com os teus sonhos
até pensei que o mundo
para lá do nosso muro
fosse só deserto
o imenso nada
até sonhei
um dia dessem com os meus planos
até pensei que os teus planos
para lá dos nossos laços
até pensei que o espaço
fosse o eterno nada
hoje eu vi o mundo
(...)

domingo, 27 de maio de 2018

festina lente*

Tinha-me esquecido como o renascimento foi um tempo rico em mudanças. Acho que isso decorreu de todo o seu próprio esplendor, que fez ofuscar e cair nas trevas um período igualmente importante que o precedeu - a idade média. Quase sem querer cansei-me da magnitude, da grandeza, da perspectiva, dos putti, da perfeição do clássico e concentrei-me na simplicidade, nas dificuldades e no desenvolvimento existente no longo período de tempo da idade média..mas isto somos nós, homens a colocar marcos e a dividir tempos, para com isso facilitar ou estudar melhor o que continua a ser um só. 
No renascimento há mudanças de perspectivas e mentalidades, que deram origem a obras magnificas de pintura, escultura e arquitectura que enchem os livros de história e permanecem no nosso imaginário..mas antes de tudo isto estão as palavras dos primeiros a analisar o Homem em toda a sua complexidade e é aqui que estão os nomes de Giovanni Boccaccio, Erasmo de Roterdão e Thomas More. As suas palavras dão nos a conhecer todo um novo mundo que estará para sempre actual.

"Ter compaixão pela desgraça dos outros é humano, algo normal em todos os homens, especialmente naqueles que já obtiveram de alguém o conforto e que precisavam. E se alguém já sentiu necessidade de compaixão, sentiu o seu conforto ou dela beneficiou, eu sou esse alguém. " Decameron - Boccaccio 1348

* devagar que tenho pressa - Adagia - Erasmo de Roterdão - que em 1500 traduz provérbios gregos do autor satírico do sec. II a. C , Lucianno de Samósata cujo o cepicismo inspirarão o  trabalho de Erasmo.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

domingo, 20 de maio de 2018

love is the way


todo um sábado dedicado ao casamento real..eu nem estava assim muito interessada mas depois aquele castelo de windsor e a sua capela obrigaram-me a ver..e eu gostei, da amizade e cumplicidade dos irmãos, da noiva e do seu vestido, da mãe, dos cânticos, do i will, dos olhares derretidos dos noivos,  do pastor e do seu sermão com referências a martin luther king e da cara da realeza de tipo oooohhhhhh enquanto ele falava. foi bonito. por muito que a gente duvide o amor é o caminho. 

terça-feira, 15 de maio de 2018

segunda-feira, 14 de maio de 2018

quanto tempo é muito tempo



A magia dos livros leva-nos a encontrar histórias surpreendentes que tanto remetem para a realidade concreta da arte e da história e os seus contornos contextuais que nos fazem dar conta de ligações extraordinariamente esclarecedoras e reavivar conceitos, que de tão falados, chegam a ser esquecidos. como para um espaço quase surreal, que aflige o estado de espírito " e ao pensar nisso fui assaltado por uma sensação estranha, como se o meu corpo se enchesse de um fluido desconhecido. Dir-se-ia que era aquilo a tristeza." 

domingo, 13 de maio de 2018

distribuidor de recordações

É aquele fim de semana em que não se faz nada e faz-se tudo. A primavera, como outra estação qualquer, convida à mudança ou a arrumação. É incrível a quantidade de coisas que temos, que vamos juntado por qualquer motivo, mesmo aquelas coisas que já não vemos  ou não usamos há anos, e que nos custa meter num saco e mandar fora. “ Aiii comprei em não sei onde ou foi não sem quem que me deu e o isto ficava-me a matar em 19exxx “ esta já não sou eu. Livrei-me há muito daquilo que já não podia usar, e um lado meu talvez até demasiado terra a terra, não me permite acumular cenas que não terão assim como dizer “futuro”  . Mesmo assim são 37 anos de existência e há sempre alguma coisa a mais..que entretanto desapareceu sem dó nem piedade em algumas horas. Para o final um retemperador lanche e a casa vazia. Chá e torradas (daquelas feitas na torradeira de lume) e memórias que logo surgiram.
 Estava na mesa da sala da minha avó ( nós chamávamos-lhe casa velha), a mesa quadrada encostada a um aparador com uma televisão a preto e branco ( com uma caixa gigante). A minha avó estava na cozinha a preparar o lanche que geralmente envolvia cevada com leite e torradas com geleia. Eu ia olhando para a televisão e para as janelas com umas cortinas que ela fizera e tentava ver para o terreiro quem chegava. Vejo as cadeiras de madeira, a fruteira branca e dourada, vejo a porta verde aberta para o quintal, onde adorava brincar, vejo as chávenas brancas e o prato com torradas e sinto-lhes o cheiro, o sabor e o som estaladiço a cada dentada..e vejo como em outras tantas vezes a minha avó.  E para isso não precisei de papeis, nem coisas sem uso..só fiz um chá e umas torradas.