sábado, 26 de novembro de 2016

a disfuncionlidadade

A assembleia da república entrou em caos num debate da especialidade, que visava a treta da cgd e blablabla até que o secretário de estado lembra-se de explicar como se ninguém estivesse a perceber. Vira-se ao deputado que o questiona tipo se não percebe é porque está a sofrer de uma disfuncionalidade cognitiva temporária. A bancada parlamentar reflete um ou dois segundos e como que lhe servindo a carapuça explodem em vaias, batem com as mãos na bancada, uuuuhhhh, vergonha, vergonha, disfuncional é o senhor, uuuuhhh, peça desculpa, peça desculpa..e o outro lá diz que não era sua intenção. É o circo na casa da democracia, a mesma de onde foi expulsa uma cidadã, por ter chamado mentiroso ao antigo pm, por conta do seu alegado esquecimento de prestações de segurança social. Metes Nojo, disse ela . Foi levada a tribunal e o juiz aplicou-lhe uma multa por ter ultrapassado os limites da liberdade de expressão. Limites tem a minha paciência. Nojentos.

*tenho que deixar de ver o artv 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

vai o viajante #11








Há muito que o viajante tinha no seu bloco de notas de soltas, que quando tivesse próximo, não podia passar sem conhecer a vila medieval de Ourém. Realmente é quase um desprezo, não conhecer uma vila que está num alto monte, que mais parece uma ilha que se elevou da terra envolta numa planície verdejante. O viajante adorou percorrer as ruas desertas mas ao mesmo tempo com vida. Uma vida de quem já por ali passou. E são imensas as referências como a D. Nuno Alvares Pereira – o condestável, 3º conde de Ourém está por toda a parte. Mas a vila é antiga e nela viveram judeus, até ao édito de expulsão por D. Manuel em 1496, e muçulmanos e desse tempo há uma lenda que o viajante achou fantasticamente elucidativa. Então, no tempo do conquistador D. Afonso Henriques, havia um valoroso cavaleiro Gonçalo Henriques, conhecido por “ Traga Mouros”. Estando nas suas conquistas contra os mouros às portas de Alcácer do Sal, o jovem cavaleiro avista numa das torres de um castelo, uma princesa de incomparável beleza, chamada Fátima, que claro estava prometida por seu pai ao primo Abu. Chega a noite do confronto e estando os cristãos a vencer o combate, eis que chega o primo, que faz crescer a ira do Traga Mouros e empata um pouco mais a vitória dos cristãos. Gonçalo agarra a sua amada e os dois cavalgam até Santarém. O rei permite o casamento desde que a princesa Fátima, se converta à fé cristã. Até ao casamento fica a viver na Terra de Fátima. Pelo batismo passa a chamar-se Oureana. Como presente de casamento as terras de Abadegas são oferecidas por D. Afonso Henriques ao jovem casal e passam a chamar-se Aurem…
Depois há um castelo com uma arquitectura totalmente distinta, a cadeia, a colegiada e a igreja das misericórdias. E a judearia, a sinagoga e os vestígios da passagem da inquisição. O tempo não está parado e o viajante tem que descer e voltar à terra. Em Ourém almoça no Girassol onde encontra um grupo de amigos, que num outro tempo, estudaram juntos e recordam agora histórias em episódios que o viajante pode ouvir e partilhar uma gargalhada, quando o amigo x, conta que o y , gritou do alto de uma janela quando passava o compasso pascal “ vou para alcobaaaçaaaaaaaa”. Já que ali estava passou na casa do administrador, que é agora museu municipal. Jogou também na sorte automática mesmo desconfiando dela e seguiu. Está perto de Tomar e precisa de voltar aos passos que já foram dados. Avista o castelo e impressiona-se de novo com os seus muros e com o que está para lá deles. Atravessa o jardim, entra no Convento de Cristo e deslumbra-se com o seu portal. Procura a charola , ainda há pouco renovada, o claustro principal, as ruínas do paço, o dormitório, a janela manuelina…está a ficar tarde, mas há ainda tempo de descer a Tomar, ver a praça com Gualdim Pais - mestre dos cavaleiros da ordem de Jesus Cristo ( 1195), o rio Nabão e a igreja da Conceição. São horas de partir e o viajante está feliz com tudo o que conheceu e o que reviu. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.

terça-feira, 1 de novembro de 2016