sábado, 2 de novembro de 2013

Vêm de dentro

Vêm de dentro, e sem fim, como as plantas
que ao nascerem ainda não soubessem
a que as chuvas se destinam - ou as geadas.

E crescem pelos dias, recolhidos na vastidão
dos prados, no som de labaredas inesperadas
e das enxadas que revolvem as margens.

Vêm de dentro, e sós, essas palavras - como
lugares de acaso, como chuvas despenhadas
ao ritmo regular de funda lavra.

João Rui de Sousa

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