segunda-feira, 31 de outubro de 2016
domingo, 30 de outubro de 2016
terça-feira, 11 de outubro de 2016
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
vai o viajante # 10
Vai o viajante a Óbidos, já lá esteve mais que uma vez,
mas não deixa de se maravilhar com esta vila dentro de muralhas. A porta de
entrada sempre surpreende este viajante, pelo efeito inesperado que provoca o
varandim interior, com o oratório rodeado pelos azulejos azuis e brancos e ali
ao canto um músico que recebe os que entram com uma sonoridade que ecoa e
convida. Leu no seu guia que a vila peca pelo seu excesso de flores que caem
por todo o lado, mas isso não perturba este viajante, o que o incomoda é o
excesso de turistas e o excesso de lojas de artesanato feito em série. Abstrai-se
desse burburinho e procura Josefa de Óbidos. Encontra a sua obra na bela igreja
renascentista de Santa Maria, um painel no altar de Santa Catarina de Sena. Na
entrada nenhuma referencia artística, apesar da sua riqueza, apenas religiosa vendem-se velas para acender aos santos.
Apesar de a vida na vila parecer
um pouco artificial, este viajante já não a acha como “ aquela menina de tempos antigos que foi ao baile e espera
que a venham buscar para dançar”. Há mais qualquer coisa, há ruas escritas e anúncios
a pedir que não se escreva. Há a preparação de um festival internacional
literário. Há uma igreja (há muito fechada) transformada numa livraria.
Maravilha. Depois há o castelo transformado em pousada, um espaço dedicado à
recriação de tempos medievais, a ginjinha com o copo de chocolate. E o viajante
não recusa nada, quer ver tudo. Embrenha-se numas ruas que nunca havia visto,
descansa com um belo almoço, compra dois postais e segue para outro destino,
ali bem próximo mas tão diferente.
Chega a Peniche, nem sabe bem o que quer ver, mas encontra logo a
imensidão do mar e uma encosta com pedras que são placas, e essas formam outras
formas que lembram aves, e personagens petrificadas pela força do mar. O vento
agita o mar e a paisagem é assustadoramente bela. Em frente as Berlengas. Ao contrário do seu guia, este viajante não faz
a menor questão de atravessar aquele pedaço de mar agitado para chegar aquela
pequena ilha, tão próxima e tão distante. Lembra-se que há o forte de Peniche,
mas o mar prende-o um pouco mais e segue pela costa até ao Cabo Carvoeiro, até
ao farol, até à Nau dos Corvos. Impressionante. Como ainda não conhecia este
lugar? Devia haver uma lei que obrigasse os portugueses a vir
aqui. Ainda com os olhos postos no mar segue para o forte, “aquele que foi
lugar de reclusão e hoje tem as portas abertas” . O viajante perdeu a noção das
horas e há uma parte que já não dá para visitar. Aquilo que queria ver, os lugares
de onde fugiram presos políticos com uma corda de lençóis a conivência
de um guarda prisional e a ajuda de pescadores. Ainda há pouco viu um
documentário sobre isso na televisão e agora o porteiro diz que por ele deixava
entrar, mas as os horários tem que ser cumpridos. Deixa o forte com pena mas
muito satisfeito por já lá ter estado. As horas são de regresso. Terá que
voltar num outro dia. O viajante volta sempre.
terça-feira, 4 de outubro de 2016
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
domingo, 2 de outubro de 2016
vai o viajante # 9
Vai o viajante sedento de ver, conhecer e revisitar. Foi um verão
quente, longo, pleno de atividade, com muitos dias de sol, mar, descontracção e
stress…precisa agora de ir. Numa pequena mala coloca o essencial, e o livro de
um outro viajante que sempre o acompanha. O dia é de olhar para o céu e ver o
que voa a mil e relembrar que já ali havia estado, mas não tinha visto tudo,
agora aprecia e impressiona-se. Há barulho e muita gente mas o dia seguinte
será tempo de ouvir e estar no silêncio. É um sítio místico com mistério. Há
quem diga que ali existiu uma civilização vinda de outra galáxia, há quem diga
que a presença é celestial. Este viajante tem fé, mas neste lugar isso é ultrapassável,
há outra coisa que não consegue explicar mas que é sobretudo de paz e tranquilidade,
onde se ouve o silêncio, em que onde não se vê ninguém mas sente-se presença. Chegada
à noite dorme profundamente, por uns dias não ouvirá o despertador, e traça o
destino para o próximo dia. Está em viajem e isso conforta-o de contentamento pois
tinha feito planos com tanta vontade e pela mesma temia que não os
concretizasse…Está aqui.
sábado, 1 de outubro de 2016
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