Corria o ano da pouca graça de 2007, havia um jogo da selecção, a hora
ia mudar nessa madrugada e uma doença sem dores iria causar os seus estragos. O
optimismo cego não permitia dramatizar um episódio que se queria passageiro e temporário.
Mas o tempo iria trazer outra amplitude da realidade. Ninguém sabia como ia
ser, mas estavam todos lá. Havia um quarto e um claustro que servia de sala de
visitas. Havia músicas que até hoje sabe de cor. Havia esperança, promessas,
noites infindáveis e manhãs reconfortantes. Havia o desespero controlado. E
hoje o que há? Aquela vontade mais ou menos absurda, de que se existisse uma máquina
ou melhor uma porta, que conduzisse aquele ano e de lá espreitar como seria a
vida sem esta alteração. Tendo ainda quase a certeza que estaria no mesmo
lugar. Afinal, às vezes, é tudo uma questão de tempo e se “ um milénio, para o
sol, é como um breve suspiro nosso”, nem valerá a pena deixar que se tornem
profundos pensamentos sobre o que foi e o que seria.
domingo, 26 de março de 2017
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