Eu sou daquelas que está sempre bem na praia, no inverno, no verão, de manhã ou de tarde, mas melhor ao fim da tarde. Não me canso de olhar para o mar, quando está calmo como um lago, ou quando está "bravo" e intempestivo. Gosto de entrar no mar, de mergulhar com a mão no nariz, de ir ao fundo, de me deixar boiar nas ondas ou de mergulhar nelas, de não querer molhar o cabelo, mas molha-lo sempre. Não há sensação comparável, nem nada tão revigorante.
Mar, minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vento clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satifez.
É porque as tuas ondas desfeitas pela areia,
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entorpecida.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sem comentários:
Enviar um comentário