Quem nasceu no ano da graça de mil nove e oitenta, como eu, faz este ano uns redondos trinta e oito anos. O meu dia 23,
foi um dia bom, mas há algum tempo que me apoquenta a sua chegada. Não é por
este ano estar a apelar a contas certas, não é pelo número em si (não é muito nem
é pouco), não é pela ligeira ruga que se acentua, não é por acreditar que ao pé
do meu pai passo por sua irmã e ou mais grave mulher. Há anos que ouço dizer,
depois dos 18 é sempre a correr ( eu não dei por nada) e depois dos 20 e 30 e triinntiintiimm
pardais ao ninho…ao contrário senti, a certa altura, que o tempo estava em
pause e isso garanto que é bem pior que senti-lo passar a correr. Agora, não
sei bem explicar mas sinto que é tudo, demasiado ligeiro, efémero, rápido,
pouco consistente, leve e outras vezes um
vago nó de ar. Não sei se isto está relacionado propriamente com a idade, provavelmente
não, é só que às vezes é difícil preencher um vazio que cresce. Eu vou associando ao tempo que passa e ao
pouco que muda. E tudo se enche com pequenas coisas que me entusiasmam sempre:
estar com quem gosto, conhecer castelos e catedrais e museus e apreciar a
paisagem, escolher um livro e acertar na escolha, ouvir muita música, rir e
fazer rir e entrar no mar. é muito? pouco?
A maioria das vezes acho suficiente.
quarta-feira, 25 de julho de 2018
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