No dia 8 de abril de 2011, estive com Otelo Saraiva de Carvalho na escola em que estava a dar aulas, no âmbito das celebrações do 37º aniversário da revolução, onde este fez a apresentação do seu livro O Dia Inicial e nos falou como foram aquelas horas essenciais para a libertação do país de uma longa ditadura. Quando contei sobre isso aqui no blogue referi as mil e uma vezes em que usou a expressão pá, camaradas pá e o abraço de camarada de guerra colonial na Guiné entre Otelo e o meu pai. Nestes tempos estranhos em que se começa a preparar os 50 anos da revolução, ouvi no outro dia num programa de rádio, alguém comentar sobre a importância do dia da revolução, e como essa celebração começará a ser vivida de outra forma, quando os capitães de Abril já não estiverem aqui. Em pensamento concordei imediatamente. E agora se vê, que no final dos dias, apesar de caberem tantas vidas dentro de uma só pessoa, não há silêncio, nem luto nacional que deveria ter sido para Otelo e para todos os que tornaram limpa uma madrugada livre na qual hoje todos vivemos.
domingo, 1 de agosto de 2021
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário