Na Ágora os gregos combatem,
Mantêm
a honra e o desgosto
Escondidos
na harmonia da filosofia.
Dois
irmãos brincam no Senado,
Lobos
uivam ao redor do Coliseu
E os
templos imortais discutem
A
superioridade de um ser.
Em
Alcobaça descansa Pedro
E o
seu amor por Inês
No
túmulo da bela história
Que o
novo reinado assassinara.
E nas
paredes das Catedrais
Já não
dormem os anjos,
Pela
luz que atravessa os redondos vitrais
E pelo
barulho dos altos sinos
Que se
assemelham aos apelos dos que sofrem
E
revoltam, trabalham, defendem e desejam
Nas
praças, nos palcos,
Quiçá nos
salões dos palácios,
Debaixo
do Sol divinal,
Pobres
das sombras
Que as
divindades não conhecem.
Luxúria francesa das valsas,
Das chics
festas e dos bailados,
O amor
quente e maltratado,
Dos
chás ingleses sem pinga,
O ouro
passa a carvão
E o
carvão ao vapor
E o
vapor à imensidão da Luz
Que se
estingue no seio de uma mulher.
A água
das naus escorre na forma de suor
Na
face dos que na Gare se escravizam.
Acordos
são tratados,
Muros
derrubados,
Culturas
arrebatadas,
Sociedades
confinadas.
As borboletas
novamente queimam
E
perde-se a história nos arquivos,
Que
ardem e cegam o que é ignorante.
Viva
aquele que pensa,
Que
salva a pátria,
Que castiga
e mata.
Sejam
livres as palavras e as cores
As
algazarras e os espetáculos
E que ao
efeito das borboletas estejamos condenados.
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