" Seis dias antes da Páscoa, Jesus entrou em Jerusalém e as crianças vieram ao seu encontro, com ramos de palmeiras, cantando com alegria : Hossana nas Alturas".
Salmo 23, -10
sábado, 28 de março de 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
universo e poeiras
Passam oito anos
sobre o que marcou para sempre a minha vida. Nem sei que termo usar, não por
medo das palavras, como doença, mas foi ou é todo um acontecimento ou momento
prolongado, que não permite fixar uma data porque é toda uma época... Avancemos.
Oito anos é tempo, às vezes parece uma eternidade, outras parece
ontem, a maior parte das vezes é somente como as palavras de Saramago “ ainda que os relógios queiram
convencer-nos do contrário, o tempo não é o mesmo para toda a gente…” neste
tempo há realmente momentos que não esquecem e mais que momentos há pessoas.
Quando nos acontece algo deste "género", temos todo um universo de pessoas a rodearem-nos. As
que prestam a sua solidariedade amiga ou a de cortesia , as que se surpreendem
com a fragilidade do corpo, as que nos fazem companhia, a família alargada, os
amigos, os colegas de trabalho, os alunos, os amigos dos pais, os vizinhos, os
conhecidos…e isso é importante e extenuante também, mas faz parte. Depois todos
seguirão com as suas vidas, naturalmente, e ficam poucos, uma espécie de poeira cósmica na imensa galáxia do universo. E a esses, devo tudo. Nunca as palavras serão
suficientes para agradecer as vezes que me limparam as lágrimas, que choraram
comigo, que me fizeram rir, que me pegaram ao colo, que me empurraram , que disseram que estava linda (quando era o verdadeiro monstro das bolachas), que me
fizeram as vontades e que estavam, como eu, sem chão. A estas “poeiras” que
foram uma luz de estrela na minha vida, passem os anos que passarem, estarei
eternamente agradecida.
quarta-feira, 25 de março de 2015
terça-feira, 24 de março de 2015
rex*
A música que nos desloca do tempo e do espaço, do propósito e dos dias de ira.
* Requiem de Mozart ( 1756-1791)
domingo, 22 de março de 2015
raison d´être
Toda a gente tem a
sua raison d´être, depois de descoberta, alcançar a felicidade é bem mais
fácil. Há pessoas que se encontram, outras que mudam de trabalho, outras que
tem filhos. Umas que rompem, outras que recomeçam, outros que se encontram a si
mesmos. Umas que viajam, outras que ficam, outras que mudam de casa.
Este ano é
daqueles destinados à junção, ao encontro que se espera “para sempre”, ao
compromisso nos momentos bons e maus. Este é o ano dos casamentos. Isto parece
funcionar por ciclos, há aqueles anos em que se atinge a idade x e os anos de
namoro y, e deste ano não passa. Eu acho muito bem, adoro festas, adoro que as
pessoas estejam realizadas e felizes, adoro verter uma ou outra lágrima de
emoção, e tudo e tudo. Fora destes ciclos, e também dentro deles, estão as uniões
que se concretizam porque o amor se impôs, em pouco ou muito tempo, e cresceu e
vai multiplicar-se porque paralelo a tudo, essa é e sempre foi, a maior raison
d´être de todos os tempos.
* expressão francesa que li, num livro oferecido por uma das noivas do ano, e que estou adorar.
quinta-feira, 19 de março de 2015
quarta-feira, 18 de março de 2015
ámen
A Quaresma e Semana Santa de Braga tem proporcionado aos interessados ver ou melhor ouvir grandes peças musicais como esta onde se experimenta " ...a essência do divino através da beleza desta música e que quando ouvirem a serenidade do Ámen final, as vossas almas saibam que foram tocadas por algo mais profundo e grandioso do que jamais possam ter imaginado."*
* Mark Hayes
domingo, 8 de março de 2015
sobre a mulher
Os dias dedicados à comemoração de uma data específica, quanto a mim,
representam que ainda há muito a fazer por determinada causa. Se assim não
fosse não era preciso assinalar num calendário e chamar atenção ao mundo para
que se lembre este ou aquele dia. Hoje, é dia Internacional da Mulher e não é
mau lembrar que nesse dia um grupo de operárias fabris morreu num incêndio, na sequência
dos protestos por horas mais justas de trabalho. Na verdade, com o rigor que é exigido
nestas coisas da história, já é questionável o que aconteceu no dia 8 de Março de
1857.
Todavia as mulheres são o sexo forte, porque são determinadas, lutadoras,
porque estudam e trabalham e tem filhos e gerem as carreiras e as vidas
pessoais e fazem mais umas mil coisas ao mesmo tempo..coisa que o sexo oposto ,
coitado, não é capaz. Não querendo contrariar
esta teoria, até porque em parte concordo com ela, o que deve importar não é a
competição ou a chamada “ guerra de sexos”, o que importa é a Humanidade, a que
inclui todos com base no equilíbrio e a complementaridade. E ai reside o cerne
da questão, se todos são iguais e detém os mesmos direitos e o mesmos deveres é
certo que, nos nossos dias, homens e
mulheres não estão ainda numa situação igualitária. Não valerá a pena
falar da diferença de salários ( mesmo que seja das estrelas de Hollywood), da
diferença de oportunidades, de quotas, de paridade, de brutalidade dos fracos
sobre as que foram sempre frágeis…tendo, tudo isto, ainda muito e tanto que ver com o que está lá
atrás no passado.
Decidi percorrer um pouco uma época histórica, que de tão vasta que é,
possibilita uma compreensão mais profunda da vivência dos nossos antepassados –
a idade média (até porque agora há quem diga “ na idade média é que era”.
Na antiguidade clássica a vida da mulher não passava da esfera privada e
mitológica. Gregos e romanos não incluíam a mulher nos cânones da sua esmerada
educação. Certo que temos uma rainha no Egipto, sacerdotisas que se dedicavam
às divindades, há documentação que mostra que também se dedicaram à sabedoria. Minorias.
Com a queda do império romano e o crescente crescimento de um outro tendo também
um homem como protagonista, a mulher mantém o seu papel privado. Ao homem cabem
as funções de fora, à mulher “ governar e conservar tudo o que está em casa”,
até porque esta detém uma natureza calma e conservadora, e ao mesmo tempo é
“ um ser frágil” e deve estar ocupada (
com tarefas domésticas e do campo) pois é uma forma de resistir às tentações a que está sujeita e que podem
corromper a instabilidade do seu pensamento e a integridade dos seu corpo.
Claro que sendo a sociedade medieval uma sociedade estratificada entre os que
detinham privilégios e poder ( nobreza e clero) e o que asseguravam esses mesmos
poderes e privilégios ( povo). As mulheres, são um grupo muito pouco heterogéneo. As de origem nobiliárquica tinham como
grande papel assegurar a descendência. Por isso casava muito cedo, entre os 12
e 14 anos, para melhor aproveitar a sua fecundidade. Enquanto que as pertencentes ao povo casavam mais tarde e são muitas as tentativas para
terminar com uma gravidez indesejada que iam desde o aborto ao infanticídio.
Esquecemos que neste período as mulheres mesmo com um papel exclusivo na
esfera privada, acabam por destacar-se. Exemplo de santidade e obediência, a
Rainha D. Isabel de Aragão tem um papel vital como mediadora e apaziguadora ao
nível político e até se impõe ao nível construtivo, já que por sua ordem
erguem-se mosteiros e paços que contam com a sua presença e indicações precisas
sobre o que pretende. O que retemos é no entanto o milagre das rosas, a vida
monástica após a viuvez, que acaba por a remeter para a esfera privada. Se
recuarmos um pouco mais na história portuguesa percebemos que o reino tem
origem numa mulher. D. Teresa traz como dote de casamento um território onde
ela própria ergue castelos, comanda exércitos, concede cartas de foral. O seu
poder pouco dura ergue-se o seu filho homem criado por um aio nobre e as
crónicas que a apresentam numa perspectiva, que redefine o lugar e o papel da
mulher na sociedade feudal da idade média. A mulher ser fraco e instável que se
torna necessário resguardar e controlar, reflui para o privado afastando-se da
História.
Ainda mais se poderia dizer sobre o papel da mulher na sociedade de todas as épocas históricas. Mas mandam as regras dos blogues que as mensagens não sejam extensas, pois os queridos e reduzidos leitores, podem perder interesse em tanta letra assim que abrirem esta página. E eu que adoro percorrer o passado mas de ser também actual, vou ficar por aqui (para já). Evidente que na esfera privada ou pública, a mulher sempre foi e será essencial.
Ainda mais se poderia dizer sobre o papel da mulher na sociedade de todas as épocas históricas. Mas mandam as regras dos blogues que as mensagens não sejam extensas, pois os queridos e reduzidos leitores, podem perder interesse em tanta letra assim que abrirem esta página. E eu que adoro percorrer o passado mas de ser também actual, vou ficar por aqui (para já). Evidente que na esfera privada ou pública, a mulher sempre foi e será essencial.
Dai às paixões todo o ardor que puderdes, aos prazeres mil vezes mais intensidade, e aos sentidos a máxima energia e convertei o mundo em paraíso, mas tirai dele a mulher, e o mundo será um ermo melancólico, os deleites serão apenas o prelúdio do tédio.
Eurico , o Presbítero - Prólogo ( 1843)
Eurico , o Presbítero - Prólogo ( 1843)
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