domingo, 10 de janeiro de 2016

abro a caixa do inverno


Abro a caixa do inverno. Tiro os ventos,
as rajadas da chuva, os bancos de neve de onde
fugiram os pássaros. Desenrolo à minha
 frente os pântanos do inverno. Ando à volta
deles para desentorpecer as pernas; sacudo
 o frio das maos, limpo a chuva que se me colou
 aos cabelos. Depois volto a lançar os dados
- e avanço até à primavera.

O Jogo - Nuno Júdice

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