domingo, 11 de novembro de 2018

os outros milhões


Chamou-se Grande Guerra por se achar que não haveria outra. Enganados foram. A 9 de Março a Alemanha declara Guerra a Portugal em sequência do aprisionamento dos navios alemães que se encontravam fundeados nos portos nacionais. Rapidamente se forma o Corpo Expedicionário Português que parte para a Flandres. Mal preparados, e quase todos analfabetos, vivem uma guerra nunca antes vista devido à utilização do gás mostarda que cria um novo estilo de fazer guerra: a imobilização entrincheirada dos exércitos "os soldados enterraram-se para sobreviver" e os portugueses sofrem com os ataques, com a fome, com a epidemia de piolhos..vão conhecer as demoiselles francases, desenvolvem o portunhes, escrevem às suas famílias e às madrinhas de guerra, são alvo de chacota com as suas lãs, defendem-se, tornam-se prisioneiros de guerra, geram sentimentos de alta camaradagem nas trinchas ...uns tornam-se heróis e a maioria esquecidos.
Dos fracos não costuma rezara história mas os familiares de António Pereira dos Santos, preservaram as  suas memórias e contrariaram este adagio com a publicação do seu diário de guerra e das cartas que escreveu . Nos 100 anos de armistício que hoje se celebram que haja sempre memórias de paz e camaradagem. 
- Quem está nas trincheiras ao teu lado?
- E isso importa?
- Mais do que a própria guerra. 
Ernest Hemingway 

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