segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

my other part *


A cumplicidade é  quanto a mim dos maiores sentimentos que se pode nutrir por alguém. Não sei se sentimento será a melhor palavra para ser descrita, a cumplicidade. Talvez tenha mais que ver com atitude. E dentro disso cabe a magia e uma certa raridade de quem se é cúmplice. Há olhares que esvaziam palavras, ou frases que se terminam, ou gostos que ninguém compreende, e sobretudo partilha. E isto compõe, quanto a mim, as grandes amizades e os grandes amores. A cumplicidade faz com que as amizades, as verdadeiras, resistam à passagem do tempo, à ausência, aos diferentes pontos de vista. 
Já a falta de cumplicidade no amor, esmorece tudo. Diz o senso comum que os opostos atraem-se, diz Carlos Tê que não se ama alguém que não ouve a mesma canção. Diz a sabedoria que neste caso não há regras, tudo é possível.  Digo eu, que como a outra, não sabe nada sobre o amor, que não há nada mais cúmplice que um casal, com uma longa vida, se referir ao outro como my other part.  
*O estrangeirismo foi usado porque foi assim que ouvi.
*A escultura foi a que ofereci a um casal, também ele cúmplice, para celebrar a sua futura união e com a qual partilho uma cúmplice amizade.

       “ e que beijes alguém que te ache maravilhoso.”

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