quarta-feira, 4 de maio de 2016

amadeu souza cardoso


Inconstantemente insatisfeito era assim que se descrevia Amadeu Souza Cardoso. As suas obras cheias de cor anunciam um novo tempo na arte, em que não se retrata uma realidade mas essencialmente aquilo que os pintores sentem e querem fazer sentir, através de movimentos de cor e traços mais ou menos fortes e formas geométricas mais ou menos evidentes. Pode ser inquietante ou incrivelmente apaziguadora. Há muito pouco tempo passou um documentário/ filme na rtp sobre o génio deste português. Eu conhecia algumas das suas obras mas não a sua vida ali documentada. Fiquei fascinada e rendida à sua arte, que a certa altura produziu tão ferozmente como numa ânsia de exprimir, enquanto havia tempo, toda a inquietação da sua alma. Pena de sermos um povo que só reconhece os seus grandes autores quando os de fora o fazem*. Pena a 1ª Guerra Mundial o ter obrigado a regressar a Manhufe. Pena a sua família, ser tão conservadora,  que queimou tantos dos seus desenhos. Pena ainda se desconhecerem o paradeiro de tantas das suas obras...e tão boa esta ideia dos que através da arte ficam para a eternidade*.

" a cor torna-se matéria" 

* Exposição de obras no Grand Palais em Paris onde viveu;
* Cozinha Casa de Manhufe - Amarante : onde nasceu a 14 Nov. 1887 e morreu a 25 Out. 1918;
* Contemporâneo e amigo de Duchamp, Modigliani, Picasso, Matisse, Kandisky.

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