quarta-feira, 27 de junho de 2018

vai o viajante # 17







Chega ao viajante a  Almeida, este destino compõe um outro que se publicita como 12 - uma referência às aldeias históricas que são o grande motivo desta viagem. Almeida é a  praça-forte de Portugal durante a idade moderna, apresenta uma muralha com a forma de uma estrela de 12 pontas, que ganhou forma em 1640 e que foi a grande defesa das terras das beiras contra as investidas dos espanhóis durante a guerra da restauração. Os exércitos franceses acabaram com a sua fama de inexpugnável e a invasão providenciou uma lenda com a intervenção divina em forma de neve, que consolaria os locais e apagaria o fogo de destruição deixado pelos franceses. Mas a aldeia é muito mais que a história militar é toda a paisagem que a envolve e um tempo que corre com calma. Pela porta da muralha segue para um outro destino. Estava hesitante se os 20 km que faria em sentido oposto valeriam a pena. E como valeram. A paisagem é um imenso mar verde, um tapete de vida, uma manta viçosa bordada aqui e ali por lavandas e outras flores selvagens. Um regalo para a vista e um conforto para a alma. Que poético vai o viajante! até que numa pequena colina avista Castelo Rodrigo . Gosta do nome. Dois pequenos torreões dão as boas-vindas a quem chega. Entra pelo porta do Sol e imediatamente parece ter entrado noutro tempo.  No casario em pedra misturam-se características medievais, manuelinas, árabes e nota-se a presença judaica ( tão frequente nestas terras raianas), vai ao castelo em ruínas, passa no adro da igreja, vê a cisterna, o pelourinho..aprecia a paisagem em volta e volta a surpreender-se. Fantástico. Dirige-se de novo à porta do sol, onde há pouco deixou passar a história da aldeia e que agora lê mas o que retêm tem que ver com um rei que muito admira. Então durante a crise de 1383-85 Castelo Rodrigo ficou do lado de Castela, como castigo D. João I ordena que o brasão ficasse com as armas reais invertidas e a vila dependente de Pinhel. Só D. Manuel manda repovoar a vila e refazer o castelo. Curiosamente uma outra vez posta à prova apresenta-se bastante activa na guerra da restauração da independência.  Ali ao lado a Casa de Chá onde quem "reina" é um françes..que dá provas das delicias da região amêndoas e figos secos. Leva algumas para o caminho. E segue para um lugar que de nome é formoso.

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