terça-feira, 19 de março de 2019

azul


Acordei e senti-me velha. No espelho vi-me velha. Onde foi o sentido da jovialidade que me acorda todos os dias? Deixou-me hoje. Só por hoje, em que deixei entrar um raio de tristeza, misturado com o vazio do azul. O azul tem por regra o conforto, mas hoje não. Hoje aumenta o vazio da existência, onde a satisfação e alegria não entram. Nos outros dias, que não hoje, a melancolia é afastada e a busca da simplicidade enche o coração. Mas hoje não. Hoje o céu não é cinzento, mas azul vazio, azul inquietante, azul que envelhece.

* vicent van gogh - oliveiras com alpilles ao fundo, 1889

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