quinta-feira, 18 de julho de 2019

josé e pilar


Vida: existência efectiva , movimento da matéria em estado de organização , agitação, actividade, movimento;
Morte: ter estado e já não estar.

Com palavras directas simples e sentidas Saramago distingue a vida da morte, fala  sobre a sua subida à montanha branca em Lanzarote , do amor por Pilar ( que não o deixou  morrer no ano das doenças) que o “obrigou” a voltar ao movimento, à escrita da viagem do elefante Salomão , a assistir ao filme “ensaio sobre a cegueira” e a ficar emocionado por estar vivo e poder gozar desse momento. No ano da sua recuperação 2008, voltou a azinhaga, apresentou o livro que lançou em Portugal e Espanha em simultâneo ( graças a pilar).  Portugal reconheceu-lhe o valor que o cínico do Cavaco lhe tirou. E pese embora o não menos cínico  Sócrates,  se por nada mais se lhe possa reconhecer  mérito que seja por Saramago ter  ficado formalmente em paz com o seu país. 
Pilar, pilar de Saramago, a sua mulher forte, decidida, plena de sentido prático e critico, tornou-se presidenta da fundação e será para sempre uma embaixadora do seu legado e do seu nome. Em 2009 numa apresentação no Rio de Janeiro Saramago diz que se tivesse morrido antes de ter conhecido Pilar, tinha morrido muito mais velho que com 86 anos.  
Nessa noite sonhei com Saramago não me saiu do pensamento o documentário de Miguel Gonçalves Mendes . E como estou feliz por ter ido à azinhaga e à fundação, e ter lido duas vezes a viagem do elefante e achar que vou voltar a ele. Como gostava de ir a Lanzarote e ao  mesmo tempo de como não se pode perder a vida preparando uma viagem que jamais faremos.

“ Pilar, encontramo-nos noutro sítio”

Sem comentários: