Vida: existência efectiva
, movimento da matéria em estado de organização , agitação, actividade,
movimento;
Morte: ter estado e já não
estar.
Com palavras directas
simples e sentidas Saramago distingue a vida da morte, fala sobre a sua subida à montanha branca em
Lanzarote , do amor por Pilar ( que não o deixou morrer no ano das doenças) que o “obrigou” a
voltar ao movimento, à escrita da viagem do elefante Salomão , a assistir ao
filme “ensaio sobre a cegueira” e a ficar emocionado por estar vivo e poder gozar
desse momento. No ano da sua recuperação 2008, voltou a azinhaga, apresentou o
livro que lançou em Portugal e Espanha em simultâneo ( graças a pilar). Portugal reconheceu-lhe o valor que o cínico do
Cavaco lhe tirou. E pese embora o não menos cínico Sócrates, se por nada mais se lhe possa reconhecer mérito que seja por Saramago ter ficado formalmente em paz com o seu país.
Pilar, pilar de Saramago, a sua mulher forte, decidida, plena de sentido prático e critico, tornou-se presidenta da fundação e será para sempre uma embaixadora do seu
legado e do seu nome. Em 2009 numa apresentação no Rio de Janeiro Saramago diz
que se tivesse morrido antes de ter conhecido Pilar, tinha morrido muito mais
velho que com 86 anos.
Nessa noite sonhei com Saramago
não me saiu do pensamento o documentário de Miguel Gonçalves Mendes . E como estou feliz por ter ido à
azinhaga e à fundação, e ter lido duas vezes a viagem do elefante e achar que
vou voltar a ele. Como gostava de ir a Lanzarote e ao mesmo tempo de como não se pode perder a vida preparando uma viagem que jamais faremos.
“ Pilar, encontramo-nos
noutro sítio”
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