Debaixo do pano azul e branco reencontram-se os veraneantes. Estão mais velhos, mais magros,mais crescidos, mais fortes , mais frágeis. É altura de expor as causas, desabafar mágoas de inverno, conquistas primaveris, sustos de outono. Enquanto a sibila envelhece nas páginas volvidas, vem-me à lembrança os modos e as conversas, de quem mudou durante um ano. Aquela fila, sempre com os mesmos é uma interessante amostra da sociedade. E se é junto ao mar que encontro o silêncio, a frescura e a leveza que preciso é debaixo do pano azul e branco que as palavras de Agustina encontram sentido: " São os espíritos superficiais que mais crêem nos êxitos retumbantes, nas fórmulas fáceis para vencer, pois isso lhes lisonjeia a incapacidade e a fraqueza de vontade. Os lances engenhosos, em que se torce a moral para obter um mais rápido efeito, conseguem grande público.Mas a vida, cujas leis são infinitamente mais sóbrias, mais puras que as dos homens, não as aceita” . E nisto está um dia acabado de passar com outros veraneantes, num cenário diferente, uns mais iguais, mais profundos, mais autênticos, com outros que apostam (meio que ingenuamente) nas formulas fáceis e torcidas, mas pouco válidas para mim. Há bens maiores como a alegria, o não ter outro remédio a não ser contemplar o mar cristalino, a brisa e a nuvem que encobre o sol, o conto e as palavras de nereidas ou sibilas.
gracias
a la vida que me ha dado tanto* peça de teatro de Gorki
* un dimanche aprés-midi sur l´ile de la grande jatte - georges pierre seurat
*joan baez
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